Cultura de exigência
Há dias, um amigo alertava-me para as consequências que tem, dizermos o que pensamos, no local errado, perante as pessoas erradas.
Eu, que não sou ninguém nem vou mudar o mundo, vivo inquieto com o reduzido nível de exigência que observo em Portugal.
Facilitamos na ética. Enchemos de ética os discursos, menos as ações.
Gerimos o nosso tempo com ligeireza e o dos outros com irresponsabilidade.
Não atendemos o telefone. Não devolvemos chamadas e não respondemos a Sms. Usamos e abusamos dos outros quando convém. Desaparecemos quando não.
Não temos sensatez nos objetivos nem lucidez nos problemas. Ou somos os melhores ou os piores.
Achamos ótimo atirar setas pelos nossos erros, falhanços e incapacidades. E acreditamos que assumir as falhas nos reduz perante os outros, em vez de percorrermos o caminho que só o erro nos proporciona.
Será que cada um de nós pode influenciar isto na sua nano-escala? Podemos pelo menos tentar? Tentamos o suficiente?