Vendas aparentes não pagam custos reais
Um dos temas que mais valorizo é o tema do controlo de crédito concedido a clientes.
Para saber se ganhamos dinheiro, temos que cobrar o que vendemos, dentro de um padrão de razoável tempestividade. Se não cobramos bem, as margens que temos são aparentes. Isto é evidente no plano teórico, mas é relativizado no plano prático, ainda mais na nossa cultura empresarial, em que ser amigo e ser cliente é quase a mesma coisa.
Eu digo que não. Uma empresa não é um banco.
O “António” é meu cliente. Tem sempre razão (mesmo quando eu não lha reconheço). No fim do dia, necessito que me pague, porque eu vivo do que ele me paga. O “Pedro” é meu amigo. Tenho a expetativa de que me ajude, sobretudo no plano não financeiro. Mas não dependo dele para viver.
Se eu tratar os dois por igual, hei-de perder o amigo ou o cliente. Ou os dois ao mesmo tempo.
Cobrar tempestivamente é algo que tem que ser tão natural para uma empresa, como respirar é para um ser humano. E é por isso que eu digo sempre: Vendas aparentes não pagam custos reais.